domingo, 20 de março de 2011
sábado, 19 de março de 2011
IdosoXvelho
quinta-feira, 3 de março de 2011
Razão e Consciência
Posso estar errada, até mesmo cometendo uma sandice, mas do ponto que me encontro torna-se difícil a percepção das coisas. Algo turva os meus olhos e eu não consigo enxergar claramente. Sinto peso. Será a consciência brigando com a razão? Quem vai vencer essa guerra? As armas são potentes... De um lado - religião, política, conceitos pré-concebidos guardados no fundo do meu eu, preconceito, medo... Do outro, certeza, evolução, visão... É uma luta travada dentro de mim mesma, nada pior que a dúvida. A dor é pujante, destrói como um câncer os meus neurônios, mas ainda me resta um pouco de sobriedade, para pensar e indagar: Que futuro teria uma criança gerada de um ventre de uma criatura que renega a sua condição de mulher? Que amor receberia se ela é a confirmação do que a criatura renega?
Mal amada, rejeitada pela mãe - antes mesmo de se tornar humano - e pelos seus consangüíneos que lhe acolherão com indiferença, apenas um a mais na estatística cruel dos que vivem sujos, descalços, entregues à natureza para que deles se apiedem. Estou terrivelmente confusa, não consigo encontrar uma saída menos agressiva...
- É uma vida - me diz a consciência.
- Não - responde a razão, por enquanto carrega apenas o DNA do espécime humano.
De certo só tenho comigo que a criatura precisa sair dessa barafunda que foi jogada pelos braços da inexperiência.
Que eu tome a decisão de apoiar o que for menos traumático
quarta-feira, 2 de março de 2011
Quer viajar comigo?
Sou avessa a tabus, a favor de tudo que traga o bem estar de cada um. Não gosto de rótulos, sou contra qualquer tipo de discriminação. Gosto de viver a vida intensamente, porém não acredito que exista felicidade plena, muito embora meu humor esteja sempre mais pra rir que para chorar. Não permito que me censurem pela liberdade de me expressar, pensar, vestir... Fazer o que quero, sem “frescuras” nem limites de tempo e espaço. Respeito, claro, o direito do ser ou não ser de cada um dentro do contexto de suas escolhas. Sempre estive à frente da minha geração. Portanto, o ridículo não me atormenta tão pouco me faz mudar de atitude. Para mim, apenas basta que eu me aceite, o resto é consequência. Moralidade é palavra ambígua, precisa ser decifrada para que se compreenda - eu não perco tempo com enigmas, eu sou o próprio enigma. A anarquia me fascina pela liberdade dos meus atos, mas não penetro de vendas pelos seus caminhos... A política me encanta, porém não me deixa em estado de êxtase a ponto de não enxergar os esgotos que correm por baixo de uma superfície aparentemente limpa.
Sou côncava, sou convexa, sou cheia, sou vazia. Confundo, complico clareio... Navego nas turbulências ou nas calmarias. Sou paradoxo de mim mesma... Carrego no corpo as marcas do tempo, e na psique a fórmula da juventude dosada para vinte anos. A não ser a morte, de nada tenho certeza, só que o mundo gira, e nesse instante gira o dia, mas sei que a noite brinca de roda também. Não aceito sofrer pelos atos impensados de ninguém – bastam os meus. Dizem que um homem já fez isso e se deu mal - carregou a cruz dos outros e foi crucificado. Cada um que carregue a sua cruz construída de escolhas mal feitas, despreparo, intolerância, desequilíbrio agressividade... Prefiro sair desse mundo mais cedo a ter que ser coroada de espinhos que não são meus. São seus Sra. Rosa, flor tão bela, tão cheirosa, mas com uma imensa habilidade de ferir, de fazer chorar aqueles que a ti só queriam afagar, admirar e se inebriar com a tua beleza e perfume. Pois que fique minha rainha em seu trono cercada de seus vassalos perversos. Prefiro o Cravo cheiroso, tenro e frágil, que a qualquer discórdia, sai ferido mas não maltrata, não magoa.
Gosto mesmo é de um bom papo, rir aos borbotões, chupar manga de mão, calçar sapatos vermelhos – deixam os meus pés mais alegres – caminhar, dormir com calcinha velha no escurinho do meu quarto. Comer banana com farinha, dormir á tarde com meu pequeno Bob -“salsichinha” mais peralta e arteiro não conheço - ouvindo música sertaneja de raiz procurando entender porque um dia uns meninos maluquinhos disseram cantando em tom jocoso e arrancaram risos de uma coisa tão sofrida aos que choram suas mágoas em forma de canção- “Ser corno ou não ser eis a minha indecisão”. Dançar sem saber um passo, e rir sem saber de que. Gosto de casa vazia - lugar de multidão é atrás de um trio elétrico- bem disse o gênio Caetano. O meu espaço é sideral, não comporta o desequilíbrio de pessoas que não entendem que é melhor uma boa rendição a uma discussão idiota que termina matando um sorriso escancarado que nasceu no rosto de alguém. Isso prá mim é desrespeito aos seus iguais. Quero “picar a mula”, como dizem os meus amigos da roça, ficar bem distante desses aloprados, candidatos a uma vida solitária, curta, eternamente carregando o peso de uma carranca no lugar de um rosto - se aprendessem lidar com o controle das suas emoções exacerbadas como os sábios bon-vivants que têm como lema o slogan - Vivam e me deixem viver - entenderiam que mesmo na dor se consegue emitir o mais belo dos sorrisos - não tem corpo nem alma que agüente por muito tempo tanto desequilíbrio e tanto destemperei por coisas facilmente contornáveis em uma pessoa equilibrada.
Eu quero mais é ficar de bem com a vida. Apanhei, briguei me descontrolei na minha juventude-velha. Ganhei impopularidade, escárnio e o julgamento sem direito a defesa das pessoas que mais amava. Cresci, virei uma idosa-jovem – a chave da longevidade – vivo navegando dentro da minha própria órbita, e enquanto vou viajando pelo tempo vou comprando alegria, experiência, felicidade, loucuras, algumas tristezas – poucas, domínio de mim mesma, e resolvendo pendências que deixei acumuladas ao longo dos anos. E quer saber? Compro muitas bobagens – o melhor de carregar na maleta.
Quer viajar comigo?