quinta-feira, 19 de junho de 2008

O TEMPO NÃO VOLTA

Mãe a cada ruga que vejo acentuar-se em seu rosto, percebo que o tempo é o senhor de tdo - não o chamo de inexorável pq estaria sendo injusta. O tempo nos dá oportunidades que jogamos fora por pura irracionalidade. Eu tive tempo sim, mãe, de pedir-te desculpas pelas lágrimas que minha insensibilidade deixou que rolassem em teu rosto liso, macio e não o fiz. Eu tive tempo mãe de pentear-te os cabelos ainda negros - hj tão alvos - qdo estavas com os braços cansados de trabalhar para ajudar meu pai no sustento da família. Eu tive tempo mãe, de te fazer-te uma massagem nos pés quando chegavas em casa com eles doloridos, por ficar em pé o dia tdo. Eu tive tempo mãe, de te dizer, por poucas vzs que fosse, que te amava, que te admirava, eu tive tempo sobrando mãe, pra te fazer tantos mimos... É mãe, eu tive tempo, muito tempo mesmo, mas infelizmente eu não usei, guardei dentro de mim por puro egoísmo e agora mãe o tempo cansou do pouco caso que dei a momentos tão valiosos, e partiu levando consigo o tempo que eu precisava para falar-te. Oh minha mãe querida! Nem ao menos para parar, se fosse possível o tempo, já seria tarde demais, pq não foi só o teu rosto que está mudado pelas marcas desse mesmo tempo, é a tua cabeça mãe, que mudou de tal forma que já não me conheces mais. Mãeeeeeeeeee se tua alma escuta, por favor, ouve esse meu grito de agonia: PERDOA-ME MÃE QUERIDA, PELO TEMPO QUE TIVE PRA TE FAZER FELIZ AO MENOS POR INSTANTES E NÃO O FIZ

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