quarta-feira, 27 de junho de 2007

Quero Calor Humano

Guida, amanhã, vai ser um dia muito ruim para mim, mas fazer o que? tenho que ser solidária com o meu coração que vem sofrendo com uma tal de asteramatose coronariana, deixando este músculo tão debilitado, que em alguns momentos o cérebro -um grande aliado seu, vem lhe emprestando forças, para ele continuar com a sua missão de bater nesse meu peito tão maltratado, tão envolvido com inimigos terríveis, como a desprezível gordura, que me invade, as artérias e veias, como a querer impedir, que o sangue, este líquido viscoso, vermelho como a cor do amor, cumpra com a sua trajetória de irrigar-me o corpo. Amanhã vou fazer uma cintilografia do miocardio, até bonito o nome, mas tão chatinho, e o pior é que é feito em duas etapas em dois dias. Ah, não sei se agradeço a quem inventou esse exame ou se mando ele tomar no cuelhinho por me fazer passar por isso. kkkkkkk Que chateação!!! sem contar que me aparece uma criatura - suponho seja técmica, tão fria, tão inexpressiva, que da última vez que fiz esse maldito exame, eu ria por dentro, porque viajei pra muito longe e fui buscar lá nas pirâmides do Egito um sarcófago para embalsamar a múmia. Essa era a minha vingança, e eu viajava, viajava.... e enrrolava a criatura, e de repente lá estava uma múmia versão atualizada para os nossos dias. Tava tão absorta que qdo ouvi uma voz fria cortante, dizendo - pode levantar, juro que enxerguei a criatura tda cheia de atadura e me pus a rir, e a múmia espantada sem nada entender. Agora veja se não tenho razão, como é que não ensinam a esses técnicos a serem mais humanos, afinal o paciente já chega meio receoso, muita das vezes nem o nosso acompanhante pode entrar no local do exame, pelo menos teríamos o carinho dele para nos ajudar a vencer a tensão.

Um comentário:

Unknown disse...

Chegando ao Cemitério, com os olhos sem verter uma só lágrima, mesmo pq não conhecia a defunta, assinei o livro de presença. Ruy ao meu lado dizia: - "Não estou vendo nem Paulinho, nem Sandra, ninguém conhecido. Estranho..." Sinceramente, não olhei o rosto da falecida que certamente estava amarelo esverdeado, uma lágrima escorrendo. Não fiz aqueles comentários de praxe "Coitada, parece que está dormindo..." Só o que chamou minha atenção foi o abraço caloroso de Márcia, a quem eu acabava de conhecer. Claro, ela era filha da falecida e estava recebendo minhas "condolências", meu abraço de "pêsames". Ainda bem que não tive aquela crise de choro convulsivo, este mico não paguei.