segunda-feira, 6 de agosto de 2012

ADEUS DUNINHA


Segue em outro prisma da mesma forma que fez aqui nesse planeta. Com sua "língua de trapo", ao contrário do que alguém possa pensar era bastante divertido ouvir você "esculhambar” com sua risada gostosa de tudo e de todos, e olha que nem você escapava. Ah, como provocava frouxos de risos em todos que desfrutaram o prazer de conviver com essa "psicóloga autodidata"!!! Palhaça nat
a... Ninguém ficava triste ao seu lado. A isso eu chamo de terapia do riso. E o que dizer das suas conversas picantes? Você foi ímpar na sua forma de viver e ver o mundo. Carregou consigo por toda vida o mais belo de todos os gestos - CUIDAR DE DOENTES, PRINCIPALMENTE DOS VELHOS - QUE LINDO! Fica essa lição de humanidade para todos nós da família,
Sua falta será irreparável, e sei que hoje a Marechal Floriano está muda, foi-se embora a pessoa que comandava a folia dessa rua a líder indiscutível de todos os tempos - dos que ai passeavam, moram, moraram ou já se foram da terra. DUNINHA a Rainha da Rua Marechal - essa foi a alcunha que tão bem lhe coube em homenagem à sua alegria. Estamos sem rainha e não cabe de jeito nenhum o ditado "Rei morto, Rei posto" Você jamais terá um substituto à sua altura.
Saudades, sempre minha Rainha "Língua de trapo", deliciosa!!!

Vou às Compras


Ah, meu amigo Luiz Valadares, lendo a sua história sobre o Valente Bobó - Seu Carro que já fez Bodas de Pratas -fiquei meditando como seria ter lojas que vendessem peças para corpo humano, de preferência em shopings bem elegantes... Eu ia entrar em uma loja dessas e gastar muito, e olha que sou “pão-duro”, mas essas compras eu teria o maior prazer de gastar. A primeira coisa que pediria ao vendedor seria um cólon intestinal bem transado com as pregas bem definidas, curvas bem feitas e um baço para me defender do inimigo aqui fora já que esses foram retirados de mim e hoje a falta deles, principalmente o seguimento do intestino me causa grandes transtornos. Com a vaga deles, hospedou-se em seus lugares uma família do ”balacubaco” chamada Gases - como se reproduzem esses hóspedes! E são inconvenientes, não podem ver uma loca vazia que logo invadem - no meu conjunto abdominal o que não falta é loca vazia de tanto órgãos que já se foram. Eles são inconvenientes, fazem festa a qualquer hora do dia com sons muito altos e o conjunto fica em polvorosa porque é muita flatulência e a barulheira chega ser ouvida por quem estar junto a mim. É constrangedor! Sabe, senhor, a falta dessa peça no meu abdômen mudou a minha vida – uma vez sem forno (intestino grosso) para fazer o bolo fecal tornei-me uma ”despachadora” incontinente de fezes. Comi , despachei. imagina eu fora da minha casa? É muito deprimente porque além de tudo os inconvenientes do “balacubaco” adoram brincar de “escorregadeira” nessas horas e o barulho que fazem quando vou despachar no vaso se ouve a dezenas de metros de distância. – Então, senhor, quero um intestino da melhor marca e um baço bom de briga que é para me defender dos inimigos ocasionais. Recolocada a nova peça, expulsaria de vez a família do Sr Gás, dessas locas, deixadas quando todo meu intestino grosso foi expulso do meu abdômen por mau comportamento. Ah, o senhor também pegue dois pares de pernas, não muito grossas, com boa massa muscular, sem gorduras e sem varizes, preciso trocar essas que aqui estão. Além de muito finas, não tem músculos e tem muitos vasos aparentes e uma delas me deu a uns anos passados um presente de grego: uma trombo pelo qual passei maus pedaços - dezessete dias em um leito de hospital sem poder andar. Deixe-me ver... Não, útero não quero, em absoluto, já o tive um, por sinal com muito bom desempenho - e joguei fora ainda bem jovem, não tinha serventia nenhuma. Filhos não ia ter mais... Pedi ao Dr. Carteado que me fizesse o favor de ligar as Senhoras Trompas Falópio – negócio de ficar jogando óvulos fazendo do útero cesta não me agradava nem um pouco , aprecio até muito o basquete nas quadras de esportes, não no meu corpo. Sangrar todo mês era um custo alto, com tampões - que coisa inconveniente entre minhas coxas, arre! - Remédios para dor - o óvulo ficava tão triste por não receber na “alcova” a visita íntima do campeão da corrida – uma safada essa célula - que se desfazia em lágrimas de sangue no colo daquele que seria seu leito de amor por alguns meses, sem contar que esse alcoviteiro também gosta de hospedar coisa ruim. Não, desse eu me livrei com a maior alegria e se eu fosse a dona desse tipo de comércio era um produto que não faria questão de vender. Ah, por favor, quero também um par de olhos perfeitos, já que os meus começaram a ser visitados por uma senhora chamada Catarata que agora está cada vez mais inconveniente, então se é de eu ter trabalho de expulsá-la e ainda pagar próteses pelo estrago que ela fez, melhor trocar por pares de olhos novos e brilhantes. Como dizia meu saudoso irmão Jorge “ou calça de veludo, ou bunda de fora”. Preciso também de uma Tireóide muito boa, bem delineada no seu formato de borboleta, - acho linda essa peça do corpo! Perdi a minha original, estava com tantos nódulos que não conseguia “bater asas” e tão pesada mergulhou como bócio que se transformou e quase faz um estrago de alto risco em mim. Não teria controle nenhum do meu humor, minha saliva, equilíbrio, temperatura... Se não fosse um tal remédio chamado Puran que tenta fazer as tarefas da minha borboletinha que de mim foi retirada. Tecido epitelial? Sim, sim, quero, e muitos metros – não porque as rugas me incomodam, chegou o tempo delas, mas é que a minha pele está ressecada demais, tenho custo muito alto com hidratantes e muito manchada – além de estar horrível, ainda tem alergia a picadas de insetos, o que me deixa toda marcada e com dores. Pega também, muita, mas muita cartilagem para articulações. Fiz um tal exame chamado Cintilografia Óssea, e qual não foi minha surpresa Dona Artrose havia se hospedado nas minhas articulações acabando com quase todas as cartilagens, que me fazem dobrar, virar sem atritar as minhas juntas -até no “pau” do nariz ela ousou fazer morada – acho que relaxei nos exercícios e deixei essa criatura habitar precocemente em mim desde os trinta anos – ah quanta permissividade! Se eu quero unhas? Claro, é uma coisa que não posso deixar de comprar. As minhas atuais por conta de muita química que tive que injetar no sangue porque outro vilão também achou de fazer morada em mim – Um senhor por nome Carcinoma, popularmente chamado câncer – foi por causa desse infeliz que perdi meu intestino e meu baço, mas ele não me venceu nessa batalha não, sai de melhor – então minhas unhas estão com riscas, quebradiças e com muitas manchas brancas e esdcuras, sem contar o estrago que a quimioterapia fez – essa não perdoa, mata tudo que é coisa ruim e se para fazer isso tiver que sacrificar algumas células boas, não tá nem aí - mata também, e nessa luta vale muito comer bastante e andar para os bons exercitarem-se e fortalecerem-se. Deixa-me ver a minha lista se falta mais alguma coisa... Ai se não olho a lista, ia me esquecer de comprar uma artéria renal – coisa da maior importância - Quero uma de bom calibre e livre de gordura, essa minha já tem estenose severa. . Quero tudo novo... E já que estou fazendo um upgrade, por favor, me dê todos os dentes - caninos molares, incisivos- só não quero queiros – Quero o que o senhor tiver de melhor, bem claros e certinhos tal qual um fila de aspirantes de academia militar – esse foi outro estrago irreparável e doloroso que me deu essa infeliz de quimioterapia – enfraquecimento dos dentes e ossos. Coração? Não... Acho que está tudo bem com ele - embora com ateromatose na aorta - Eta coisa que gosta de mim, é gordura, acredita senhor que até no meu fígado ela se espoja? O coração bate direitinho... Se eu quero um couro cabeludo com fartos cabelos? Não, não, estou muito satisfeita com o meu, mesmo ralinho, acho o meu cabelo lindo! Sobrancelhas? Sempre foram mais para penugens e curtas, mas também nunca me senti um patinho feio por conta disso. Quero gastar só com o que me incomoda e me faz sentir dor. Senhor, por favor, não fica me empurrando coisas, minha cabeça ainda funciona muito bem, os “brancos” de vez em quando é natural, mas nada que possa fazer estragos maiores. Acho que finalmente acabei, Soma tudo e coloca em vasilhames hermeticamente fechados. Vou ficar tão bem com a troca das peças que o dinheiro vai valer a pena ser gasto. Temos que fazer sempre manutenção no corpo. Vou ficar “tinindo” de boa. Só lamento o Senhor não vender enchimentos que preencham o vazio que fica na altura do estômago. Nunca vi dizer que alguma coisa vazia pudesse apertar, mas esse vazio aperta tanto, que dá uma dor triste, mas que não é tristeza, parece que se chama depressão. Ok, muito obrigada, vou indicar a sua loja para meus amigos da melhor idade, principalmente para minha amiga-irmã Dilail a quem carinhosamente chamo de Xexé, Já sei de antemão qual vai ser o primeiro pedido dela, um coração e depois um couro cabeludo bem avantajado de cabelos.
Passar bem.Agora é só trocar as peças. Mesmo gastando um dinheirinho vou rodar quilômetros e quilômetros ainda.

sábado, 4 de agosto de 2012

Fim de Linha


Fim de Linha pra mim... Das 1.920 hs que percorreria , infelizmente faltaram 480 hs. Motor esquentou, acelerador travou, caixa de câmbio quebrou... Apertei o freio... Estou no meio da estrada... Desnorteada, triste, magoada, lamentando nã
o ter completado a prova... Só me resta aguardar a hora que chegue o socorro para desbloquear o espaço. Desculpa Jarli, desculpa Tino, desculpa todos os meus filhos, parentes e amigos... Ao menos me dêem o conforto da compreensão de vocês – a máquina não é nova, e tem muitas peças com problemas. O desempenho foi fraco, eu sei, mas procurei conduzir todo o trajeto da melhor forma que pude. Pisei no freio... Chamo isso de responsabilidade, respeito ao tempo de uso da máquina e das peças estragadas, e até algumas que faltam mesmo.
Fim de Linha, nessa etapa... A máquina não é zero, mas tem conserto, é só não acelerar demais que ela ainda pode fazer algumas poucas coisas... Se ainda confiarem.

Meu amigo Luiz Valadares e Seu Carro Bobó


Minha amiga Maria Guidah Almeida, permita-me contar uma história verídica que me aconteceu, e ainda está acontecendo comigo. Ha 5 anos atrás, comprei um carro, é um Escort, modelo e ano 87. O carro me custou 4 mil reais, pagos a vista. Fui 
muito criticado por não ter comprado um carro novo, mas dinheiro que é bom, cadê? Chamamos o carro de "Bobó". O apelido se deu porque quando andávamos nele, a descarga fazia um barulho semelhante ao seu nome:"bóbóbóbóbóbóbó". Sabe como é carro velho, né? rsrsrsrs. Quando adquiri esse bem, nunca pensei no que ele iria me proporcionar. Começei tímido com ele, saía apenas para levar a familia na cidade vizinha para ver os parentes e para o shoping, mas logo, logo, decidia fazer viagens um pouco mais longa com ele. Todas as férias da escola dos meus filhos (dezembro, janeiro) viajávamos com ele para veranear. Fomos a muitos lugares legais, como Arembepe, Guarajuba e Salvador. Passeamos bastante com ele: visitamos parentes, curtimos praia, shoping, fomos a aniversários, casamentos... enfim, "Bobó" nunca nos deixou na mão. Há, bobó também serviu muito a amigos, pois, perdi as contas de quantas mulheres bobó carregou para as maternidades. Resultado: um carro que foi tão criticado por ser tão velho, proporcionou a mim e a minha familia muitas alegrias de laser; também aumentou mais a união familiar (tias, primos), me fez ganhar mais amigos e, mesmo cansando e velho, sempre foi fiel a mim e nunca me deixou na estrada com minha família. Eu nunca pensei que um carro tão velho iria me dar tantas alegrias, iria ter tanta serventia. Até os adolescentes da minha igreja, quando tem algum evento pra ir com o carro dos irmãos, eles gritam logo: "VAMOS DE BOBÓÓÓ!!!", felizes da vida. Resenham o tempo todo dentro do carro... rsrsrs (ter filho adolescente dá nisso). Bom, é verdade que precisei comprar algumas peças novas pra bobó, e que a manutenção dele custa um "dinheirinho", mas posso te dizer com toda a certeza que, nenhum dinheiro pode pagar tudo o que bobó ja proporcionou a mim e a minha família. As fotos estão no orkut, que não me deixam mentir. Bobó, com sua "valentia", conquistou parentes e amigos. Portanto, essa estória de que "o que é velho não presta mais", para mim é "conto da carochinha", pois, minha experiencia me diz o contrário. Sei que bobó um dia vai "APAGAR" de vez, QUANDO CHEGAR O TEMPO DELE, mas quando isso acontecer, ELE JÁ TERÁ CUMPRIDO A SUA MISSÃO, E DEIXADO O SEU LEGADO. Enquanto bobó tiver "vida" ,VOU SEGUINDO COM ELE PELA ESTRADA. Fique com Deus!!!