segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Apego, esse sentimento tórpido
Aos meus Filhos, Mundo, Carla, meus netos Matheus e Victor e Meus “Anjos da guarda” Deise e Maria
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Por que existe esse sentimento ridículo de apego? E por que temos que sofrer quando nos separamos de tudo que gostamos e estamos acostumados a conviver no nosso cotidiano?
Como vou viver sem o vai-e-vem gostoso na hora da chegada do sítio? - Deise, Maria, desce pára descarregar o carro, -Maria vai ali na Sta Maria comprar pão. E o que dizer do dia-a-dia enquanto estamos aqui em Salvador? Os meus “cambitinhos” a descerem para o segundo andar - exatamente “no 203”, quando acordava para tomar aquele cafezinho que só na casa de vocês se consegue fazer essa deliciosa bebida com um aroma delicioso e tão gostoso? E agora ? E o meu neto Matheus a me encher de perguntas querendo respostas imediatas para tudo, sem contar na “ajuda” que segundo ele era importantíssima na hora de estudar para prova. E as tiradas de Victor esse meu neto-gênio? – pelo menos pra mim. Sou coruja, não nego. As pessoas nunca vão saber da dimensão da minha perplexidade junto a esse menino que tão bem poderia ser o“Emílio” das minhas histórias vividas em tempo real com ele. E os meus Anjos da Guarda? Deus! vão-se embora e eu vou ficar sozinha sem Deise e sem Maria. Mas duro mesmo vai ser chegar do sítio e não vê imediatamente a minha filhota Carla, “bêbada” de sono com aqueles óculos na “cara” levantando apulso, mas, contente pela nossa chegada. E Mundo, meu genro – não gosto dessa palavra, prefiro chamá-lo de meu filho “torto” – ora, expansivo, palhaço, ora introspectivo, mal humorado. Mas o fiel da balança pendia mais para o lado engraçado, educado, que me fazia tão bem. Até as nossas brincadeiras sobre cocô mal cheiroso era motivo de risos e descontrações - uma forma de levar a vida sem tanta seriedade
-Traz um desinfetante ai rápido, D Margarida “impistiou” tudo... – Você que ta “podre” “eta” homem que “caga”! – fecha a porta do banheiro Mundo, Ave-Maria! Que “fedor” Isso não é um intestino, é uma fossa “creim” Deus pai...
Foi todo muito bom! E agora todo se vai e tem que ser assim, não podia ser de outra forma. Fica comigo a saudade e a dor da perda desses momentos, mas também fica o vírus da alegria pelo qual fui contaminada, por saber que essa família linda vai dá um vôo mais alto, já aprenderam a voar. Vão meus queridos. Que o vôo de vocês seja feito em meio a suaves brisas, bem sucedido e cada vez mais alto, porém não esquecendo nunca de lembrar que a terra é sempre um pouso seguro. Eu daqui, vou fazer de conta quando chegar do sítio, que parei “no 203”, tomei meu cafezinho, bati aquele papo, subi para “o 302” sentei no computador e vou esperar até às seis da tarde para novamente descer as escadas, agora dessa vez para jantar, reclamar se não estiver pronta na hora certa, e mais tarde, lá para as dez ou onze da noite torno a descer com a toalha de banho, camisola e chambre para desfrutar de um chuveiro gostoso e um banheiro cheiroso.
As lágrimas rolam, mas estou feliz, ainda guardo comigo a mágica palavra composta: Faz-de-conta. Faz-de-conta que nada mudou que tudo vai ficar como “Dantes no quartel de Abrantes”
Muita Felicidade, Paz, Harmonia e Prosperidade Para todos vocês
Amo –os demais.
Sua mãe-avó- tia
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